Le Parc Lumière no Rio de Janeiro

le parc lumiere
Le Parc Lumière – Obras cinéticas de Julio Le Parc
12.10.2013 – 23.2.2014

Rio de Janeiro: Julio Le Parc nasceu em Mendoza, Argentina, em 1928. Em1958 mudou-se para Paris, onde vive até hoje. A turbulência política e social dos anos 1960 ofereceu um ambiente fértil para o desenvolvimento de uma obra ampla e variada, que lhe deu gradualmente reconhecimento internacional, como demonstra o prêmio que recebeu na Bienal de Veneza em1966. Nossa exposição na Casa Daros enfoca um dos aspectos mais importantes da obra do artista: sua preocupação com as alterações da luz. As peças na Coleção Daros Latinamerica, a maioria datada dos anos 1960, somam-se para formar uma grande sinfonia de luz em movimento.

 
le parc lumiere
 
Ao lado de seus colegas do Groupe de Recherche d’Art Visuel (GRAV), nos anos 1960, Le Parc rompeu radicalmente com a convenção artística, ao rejeitar as imagens estáticas em favor de um dinamismo que coloca as obras de arte em fluxo constante, eliminando a possibilidade de pontos de vista fixos. O animado jogo de luz em suas obras transforma o espaço, ao dissolvê-lo e recriálo continuamente, tornando o espectador parte integral de uma Gesamtkunstwerk (obra de arte total). A substância material dos vários aparelhos e máquinas luminosas é transposta,de forma elegante e completa, para um plano imaterial. O artista estabelece um conjunto de condições básicas, mas as sobreposições e outras características dos fenômenos luminosos resultam do acaso. Essa abordagem aleatória gera constelações sempre novas e surpreendentes, que não podem ser totalmente captadas. Experimentar esses fugazes acontecimentos luminosos nos incentiva a refletir sobre a natureza instável da realidade e o curso irregular da própria vida, com todas as suas interrupções e mudanças.
 
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As obras cinéticas de Le Parc resistem à interpretação em termos específicos. É essa a intenção do artista. Em um mundo em que tudo e todos são organizados — o que não deixa de ocorrer no reino supostamente livre da arte —, Le Parc oferece com suas obras cinéticas uma saída de nossa existência regimental, libertando os espectadores de seu estado de dependência, ao permitir que se tornem parte de uma experiência luminosa total. Buscando dar um maior grau de autodeterminação aos espectadores-participantes, Le Parc seria o último a lhes impor uma visão determinada: “O que importa é o que as pessoas veem, não o que alguém diz”. O caráter profundamente humano de sua obra e sua dimensão política estão no rigoroso repúdio a afirmações absolutas. Esta é uma arte livre e democrática, cheia de respeito pela humanidade, antiautoritária e avessa ao culto da genialidade. Le Parc expressou essas atitudes em seus numerosos manifestos artísticos e políticos.
 
Mas Le Parc é também um mago único, com poderes irresistíveis. Com alegria e leveza, ele nos transporta para um universo caleidoscópico de luz que tremula, brilha, dança, salta e ondula, um reino de irresistível elegância e beleza, que exerce fascínio hipnótico. No jardim de luz encantado de Le Parc, tornamo-nos crianças de novo, absortos em nossos
jogos, esquecidos do resto do mundo.
 
fonte: www.casadaros.net/index_rio.php?q=1333
 
 
No dia 12 de outubro, o artista argentino Julio Le Parc participou do Programa Meridianos ao lado de Alexander Alberro, professor de História da Arte da Universidade de Columbia, em Nova York. Os dois conversaram sobre a produção artística dos anos 1960, o trabalho de Le Parc e questões ligadas ao sistema da arte. Veja um trecho do encontro no vídeo.
 

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